segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

História do Rio de Janeiro - 447 ANOS

A fundação da cidade do Rio de Janeiro e primeiros governos

Estácio de Sá foi o fundador da Cidade do Rio de Janeiro, em 1º de março de 1565. O objetivo da fundação foi dar início à expulsão dos franceses que já estavam na área há 10 anos. Morreu em 20 de fevereiro de 1567, um mês depois de expulsar os franceses, em consequência de uma infecção no rosto causada por uma flecha envenenada, que o feriu durante os combates.
Mem de Sá, terceiro governador-geral do Brasil e tio do fundador da cidade transferiu, após a morte de Estácio de Sá, a cidade da área da Urca para o Morro do Castelo com o objetivo de melhor defender a cidade de ataques. Passou, em seguida, o governo do Rio de Janeiro para outro sobrinho, Salvador Correia de Sá.

Com o primeiro governo de Salvador Correia de Sá em 1568, inicia-se o que poderíamos chamar de dinastia carioca dos Correia de Sá. Com grande e enorme prestígio no Rio de Janeiro, por quase um século três gerações dos Correia de Sá governariam o Rio de Janeiro repetidas vezes. A Ilha do Governador possui esse nome por ter sido um engenho de açúcar de Salvador.

Por dentro da História do Rio de Janeiro

O litoral fluminense atraiu colonizadores portugueses e corsários franceses em razão do rendoso comércio de pau-brasil.
Combatendo os franceses instalados na Baía de Guanabara, Estácio de Sá, sobrinho do governador geral Mem de Sá, funda a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, em 1º de março de 1565.
Ocupando posição estratégica no litoral sul da colônia, na Baía de Guanabara, a povoação cresce como região portuária e comercial. No século XVIII, com o desenvolvimento da mineração, o Porto do Rio de Janeiro torna-se o principal centro exportador e importador para as vilas de Minas Gerais, por onde saem ouro e diamantes e entram escravos e manufaturados, entre outros produtos. Em 1763 a cidade transforma-se na sede do Governo Geral, em substituição a Salvador.

Em 1808, com a chegada da família real, o Rio torna-se a sede do governo português. Após a independência, a cidade continua como capital, enquanto a província enriquece com a agricultura canavieira da região de Campos e, principalmente, com o novo cultivo do café no Vale do Paraíba. Para separar a província e a capital do Império, a cidade converte-se, em 1834, em município neutro e a província do Rio de Janeiro passa a ter como capital Niterói.

Como centro político do país, o Rio concentra a vida político-partidária do Império e os movimentos abolicionista e republicano. Durante a República Velha, com a decadência de suas áreas cafeeiras, o estado perde a força política para São Paulo e Minas Gerais.

O processo de enfraquecimento econômico e político do Rio continua após a Revolução de 1930. A economia fluminense não se beneficia da industrialização, apesar de o estado ser escolhido para sediar a Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda, ponto de partida para a implantação da indústria de base no país.

A cidade do Rio de Janeiro mantém-se como importante zona comercial, industrial e financeira, mas com a mudança da capital federal para Brasília, em 1960, o declínio do novo estado da Guanabara é inevitável. Em 1974 os estados do Rio de Janeiro e Guanabara fundem-se por determinação do Regime Militar, constituindo o atual estado do Rio de Janeiro. Com o objetivo de recuperar a sua importância política e econômica os governos militares fazem grandes investimentos no estado, como a construção de Angra I e Angra II, no município de Angra dos Reis, e a implantação do pólo petrolífero na bacia de Campos, a mais produtiva do país.
Rio de Janeiro, a Cidade Maravilhosa

O maranhense Coelho Neto, o "Príncipe dos Prosadores Brasileiros", escritor, jornalista, professor e membro fundador da Academia Brasileira de Letras, criou este sinônimo para o Rio de Janeiro em 1908, nas páginas do jornal "A Notícia".
Em 1934, o compositor baiano André Filho lança, para o carnaval uma das músicas brasileiras mais famosas de todos os tempos, transformada em Hino do Rio de Janeiro: Cidade Maravilhosa (cheia de encantos mil, cidade maravilhosa, coração do meu Brasil).

O Rio de Janeiro é uma cidade para ser ouvida, admirada, percorrida, descoberta. Esta é a única maneira de entender porque o Rio é incomparável!

 
http://www.almacarioca.com.br/historia.htm

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

SISTEMA SOLAR

 



 Quantas vezes já não olhamos para o céu e brincamos de contar estrelas? De repente ouvimos um grito: estrela cadente! Hoje nós vamos aprender um pouco mais sobre o sistema solar!
O sistema solar é composto pelo sol, planetas, seus satélites, e os chamados pequenos corpos que são: asteróides, cometas, meteoros entre outros. Todos estes corpos celestes são comandados pelo sol, ou para que possamos entender de forma simplificada, giram em torno do sol.
O sol é a estrela mais próxima da Terra. As outras bilhões de estrelas que compõem o universo estão tão distantes que vemos apenas à noite como pequenos pontos de luz.
Os 8 planetas que fazem parte do sistema solar são: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Importante lembrar aqui, que até Agosto de 2006 Plutão era considerado o nono planeta, desde então passou a ser classificado como planeta anão.
Os planetas menores e mais próximos do sol são compostos de rochas e metais - Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. Os planetas maiores e mais distantes do sol são planetas gasosos - Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. É isto mesmo são planetas que são formados basicamente por hidrogênio e hélio!
Com exceção da Terra todos os planetas têm nomes de deuses da mitologia grega e romana. Vamos ver a seguir algumas curiosidades sobre cada planeta.
Mercúrio
Na mitologia: Mensageiro dos deuses
É o planeta mais próximo do Sol. Também destaca-se por ser menor de todos os planetas!
Distância média do Sol: 57.910.000 km
Diâmetro: 4.878 km
Temperatura média: 800 C
Vênus
Na mitologia: Deusa do Amor
O segundo planeta mais próximo do sol. O planeta mais brilhante de todos!
Distância do Sol: 108.200.000 km
Diâmetro: 12.103,6 km
Temperatura média: 480 C
Terra
O terceiro planeta a partir do Sol. Somos o quinto maior planeta do sistema solar e o único capaz de suportar vida! 70% da superfície da Terra é coberto por água, o que é essencial à vida!
Distância do Sol: 149.600.000 km
Diâmetro: 12,756.3 km
Temperatura média: 15 C
Marte
Na mitologia: Deus da Guerra.
O quarto planeta a partir do Sol. Também conhecido por planeta vermelho devido a sua cor.
Distâncias do Sol: 227.940.000 km
Diâmetro:6.794 km
Temperatura média: -63 C
Júpiter
Na mitologia: Deus dos Deuses
O quinto planeta a partir do Sol. É o maior de todos os planetas!
Distância do Sol: 778.330.000 km
Diâmetro: 142.984 km
Temperatura média: -150 C
Saturno
Na mitologia: Deus da Agricultura
O sexto planeta a partir do Sol. Planeta famoso por seus incríveis anéis formados por partículas de rocha e gelo. Também é o planeta que possui o maior número de luas!
Distância do Sol: 1.429.400.000 km
Diâmetro: 120.536 km
Temperatura média: -130 C
Urano
Na mitologia: Deus dos Céus.
O sétimo planeta a partir do Sol. É o único planeta que gira de lado! Ou seja paralelo a sua órbitas ao invés de perpendicular como os demais inclusive a Terra.
Distância em relação ao Sol: 2.870.990.000 km
Diâmetro: 51.118 Km
Temperatura média: -214 C
Netuno
Na mitologia: Deus do Mar O oitavo planeta a partir do Sol e o mais distantes deles. Semelhante a Urano se destaca pelo sua cor azulada!
Distância do Sol: 4.504.000.000 km
Diâmetro: 49.528 km
Temperatura média: -220 C

http://www.smartkids.com.br/especiais/sistema-solar.html

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Variantes lingüísticas (variação lingüística)

A língua não é usada de modo homogêneo por todos os seus falantes. O uso de uma língua varia de época para época, de região para região, de classe social para classe social, e assim por diante. Nem individualmente podemos afirmar que o uso seja uniforme. Dependendo da situação, uma mesma pessoa pode usar diferentes variedades de uma só forma da língua.

Níveis de variação lingüística

É importante observar que o processo de variação ocorre em todos os níveis de funcionamento da linguagem, sendo mais perceptível na pronúncia e no vocabulário. Esse fenômeno da variação se torna mais complexo porque os níveis não se apresentam de maneira estanque, eles se superpõem.
Nível fonológico - por exemplo, o l final de sílaba é pronunciado como consoante pelos gaúchos, enquanto em quase todo o restante do Brasil é vocalizado, ou seja, pronunciado como um u; o r caipira; o s chiado do carioca.

Nível morfo-sintático
- muitas vezes, por analogia, por exemplo, algumas pessoas conjugam verbos irregulares como se fossem regulares: "manteu" em vez de "manteve", "ansio" em vez de "anseio"; certos segmentos sociais não realizam a concordância entre sujeito e verbo, e isto ocorre com mais freqüência se o sujeito está posposto ao verbo. Há ainda variedade em termos de regência: "eu lhe vi" ao invés de "eu o vi".

Nível vocabular - algumas palavras são empregadas em um sentido específico de acordo com a localidade. Exemplos: em Portugal diz-se "miúdo", ao passo que no Brasil usa-se " moleque", "garoto", "menino", "guri"; as gírias são, tipicamente, um processo de variação vocabular. Existem dois tipos de variedades lingüísticas: os dialetos (variedades que ocorrem em função das pessoas que utilizam a língua, ou seja, os emissores); os registros ( variedades que ocorrem em função do uso que se faz da língua, as quais dependem do receptor, da mensagem e da situação).
  • Variação Dialetal

    Variação Regional

    Exemplos: aipim, mandioca, macaxeira (para designar a mesma raiz); tu e você (alternância do pronome de tratamento e da forma verbal que o acompanha); vogais pretônicas abertas em algumas regiões do Nordeste; o s chiado carioca e o s sibilado mineiro;

    Variação Social
    Exemplos: o meio social em que foi criada e/ou em que vive; o nível de escolaridade (no caso brasileiro, essas variações estão normalmente inter-relacionadas (variação social) : substituição do l por r (crube, pranta, prástico); eliminação do d no gerúndio (correndo/correno); troca do a pelo o (saltar do ônibus/soltar do ônibus);

    Variação Etária
    Exemplo: A faixa etária (variação etária): irado, sinistro (termos usados pelos jovens para elogiar, com conotação positiva, e pelos mais velhos, com conotação negativa).

    Variação Profissional
    Exemplo: a profissão que exerce (variação profissional): linguagem médica (ter um infarto / fazer um infarto); jargão policial ( elemento / pessoa; viatura / camburão);
  • Variação de Registro

    Grau de Formalismo

    · no vocabulário:
    "Quero te pedir um grande favor." (mais informal)
    "Venho solicitar a V.S. a concessão de auxílio-doença." (mais formal)

    · na sintaxe:

    Pronominais

    Dê-me um cigarro
    Diz a gramática
    Do professor e do aluno
    E do mulato sabido
    Mas o bom negro e o bom branco
    Da Nação Brasileira
    Dizem todos os dias
    Deixa disso camarada
    Me dá um cigarro.


    (Oswald de Andrade - Poesias Reunidas)

    Modalidade de Uso
    A expressão lingüística pode se realizar em diferentes modalidades: a escrita e a falada. Vale a pena lembrar algumas diferenças: na língua falada, há entre falante e ouvinte um intercâmbio direto, o que não ocorre com a língua escrita, na qual a comunicação se faz geralmente na ausência de um dos participantes; na fala, as marcas de planejamento do texto não aparecem, porque a produção e a execução se dão de forma simultânea, por isto o texto oral é pontilhado de pausas, interrupções, retomadas, correções, etc.; isto não se observa na escrita, porque o texto se apresenta acabado, houve um tempo para a sua elaboração. É bom lembrar ainda que não se deve associar língua falada a informalidade, nem língua escrita a formalidade, porque tanto em uma quanto em outra modalidade se verificam diferentes graus de formalidade. Podem existir textos muito formais na língua falada e textos completamente informais na língua escrita.

    Sintonia

    Deve ser entendida como o ajustamento que o falante realiza na estruturação de seus textos, a partir de informações que tem sobre o seu interlocutor. Por exemplo:

    · ao falar com o filho ou deixar um bilhete para ele, a mãe usará um registro diferente daquele que usaria com o seu chefe; isso se dá em função do diferente grau de intimidade que mantém com cada um desses interlocutores;

    · outro tipo de variação pode ser originada em função dos conhecimentos que o falante supõe que o seu ouvinte tem a respeito de um determinado assunto que será o objeto da comunicação. Desta forma, um especialista em um tema falará de formas diferentes em conversa com outro especialista ou em uma conferência, para pessoas que se interessam por aquele assunto, mas ainda não o dominam;

    · diferenças serão observadas em função do grau de dignidade que o falante julga apropriado ao seu interlocutor ou à ocasião, existindo aí uma ampla escala de registros, que vai da blasfêmia ao eufemismo;

    · os registros usados por um jovem poderão ser diferentes se ele for falar com sua namorada, com uma pessoa a quem for solicitar um emprego, com uma pessoa idosa; da mesma forma, escreverá textos distintos em um bilhete para sua mãe ou em um requerimento dirigido a alguém para solicitar alguma coisa.

Fonte: PEAD, UFRJ, Aparecida Pinilla, Cristina Rigoni e M. Thereza Indiani.

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Língua: unidade e variedade

Vários fatores podem originar variações lingüísticas:

a) geográficos - há variações entre as formas que a língua portuguesa assume nas diferentes regiões em que é falada. Basta pensar nas evidentes diferenças entre o modo de falar de um lisboeta e de um carioca, por exemplo, ou na expressão de um gaúcho em contraste com a de um mineiro. Essas variações regionais constituem os falares e os dialetos.

b) sociais - o português empregado pelas pessoas que têm acesso à escola e aos meios de instrução difere do português empregado pelas pessoas privadas de escolaridade. Algumas classes sociais, assim, dominam uma forma de língua que goza de prestígio, enquanto outras são vitimas de preconceito por empregarem formas de língua menos prestigiadas. Cria-se, dessa maneira, uma modalidade de língua - a norma culta -, que deve ser adquirida durante a vida escolar e cujo domínio é solicitado como forma de ascensão profissional e social. O idioma é, portanto, um instrumento de dominação e discriminação social. Também são socialmente condicionadas certas formas de língua que alguns grupos desenvolvem a fim de evitar a compreensão por parte daqueles que não fazem parte do grupo.

O emprego dessas formas de língua proporciona o reconhecimento facil dos integrantes de uma comunidade restrita, seja um grupo de estudantes, seja uma quadrilha de contrabandistas. Assim se formam as gírias, variantes lingüísticas sujeitas a contínuas transformações.

c) profissionais - o exercício de algumas atividades requer o domínio de certas formas de língua chamadas línguas técnicas. Abundantes em termos específicos, essas variantes têm seu uso praticamente restrito ao intercâmbio técnico de engenheiros, médicos, químicos, lingüistas e outros especialistas.

d) situacionais - em diferentes situações comunicativas, um mesmo indivíduo emprega diferentes formas de língua. Basta pensar nas atitudes que assumimos em situações formais (por exemplo, um discurso numa solenidade de formatura e em situações informais (uma conversa descontraída com amigos, por exemplo). A fala e a escrita também implicam profundas diferenças na elaboração de mensagens. A tal ponto chegam essas variações, que acabam surgindo dois códigos distintos, cada qual com suas especificidades: a língua falada e a língua escrita.

A língua literária: Quando o uso da língua abandona as necessidades estritamente práticas do cotidiano comunicativo e passa a incorporar preocupações estéticas, surge a língua literária. Nesse caso, a escolha e a combinação dos elementos lingüísticos, subordinam-se a atividades criadoras e imaginativas. Código e mensagens adquirem uma importância elevada, deslocando o centro de interesse para aquilo que a língua é em detrimento daquilo para que ela serve. Isso ocorre, por exemplo, nos seguintes versos de Fernando Pessoa:

"O mito é o nada que é tudo.
O mesmo sol que abre os céus
É um mito brilhante e mudo
O corpo morto de Deus,
Vivo e desnudo."

Fonte: "Língua: Conceitos Básicos" do Prof. Pasquale Cipro Neto em
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Um conceito de língua é o mais usual entre os membros de uma comunidade lingüística, pelo menos em comunidades como as nossas. Segundo tal forma de ver a questão, o termo língua recobre apenas uma das variedades lingüísticas utilizadas efetivamente pela comunidade, a variedade que é pretensamente utilizada pelas pessoas cultas. É a chamada língua padrão, ou norma culta. As outras formas de falar (ou escrever) são consideradas erradas, não pertencentes à língua. Definir língua desta forma é esconder vários fatos, alguns escandalosamente óbvios. Dentre eles está o fato de que todos ouvimos diariamente pessoas falando diversamente, isto é, segundo regras parcialmente diversas, conforme quem fala seja de uma ou de outra região, de uma ou de outra classe social, fale com um interlocutor de um certo perfil ou de outro, segundo queira vender uma imagem ou outra. Esta definição de língua peca, pois, pela exclusão da variedade, por preconceito cultural. Esta exclusão não é privilégio de tal concepção, mas o é de uma forma especial: a variação é vista como desvio, deturpação de um protótipo. Quem fala diferente fala errado. E a isso se associa que pensa errado, que não sabe o que quer etc. Daí a não saber votar, o passo é pequeno. É um conceito de língua elitista.
(...)
Considerando-se que os falantes não falam uma língua uniforme e não falam sempre da mesma maneira, uma outra concepção de gramática opera a partir de uma noção de língua mais difícil de explicitar. Digamos, em poucas palavras, que neste sentido língua é o conjunto das variedades utilizadas por uma determinada comunidade e reconhecidas como heterônimas de uma língua. Isto é, formas diversas entre si, mas pertencentes à mesma língua. É interessante observar que a propriedade "pertencer a uma língua" é atribuída a uma determinada variedade bastante independentemente dos seus traços lingüísticos internos, isto é, de suas regras gramaticais, mas preponderantemente pelo sentimento dos próprios usuários de que falam a mesma língua, apesar das diferenças. Assim, não importa se uma determinada variedade A de uma língua é mais semelhante a uma variedade X de outra língua do que a uma variedade B da mesma língua. A e B serão consideradas variedades de uma mesma língua, X será uma variedade de outra língua. Este tipo de fenômeno é comum em fronteiras políticas, que são muito comumente fronteiras também lingüísticas por causa das atitudes dos falantes mais do que por causa dos traços gramaticais das formas lingüísticas. Língua é, pois, neste sentido, um conjunto de variedades.

Adaptado de "Gramática e Política" de Sírio Possenti.

Convido a todos para aprofundar o tema em:
http://acd.ufrj.br/~pead/tema01/variacao.html

FUNÇÕES SOCIAIS DA LINGUAGEM

•        A linguagem está presente em todas as situações da vida social e profissional

•        A fala(discurso) aponta traços distintivos quanto à intencionalidade, no momento da produção e da recepção.

•        Todo discurso traz aspectos constitutivos da : identidade social, das relações interpessoais, dos sistemas de valores e crenças ( cultura)

FUNÇÕES SOCIAIS DA LINGUAGEM

•        Competência textual e discursiva: é essencial nos discursos empresariais

•        Reflete hierarquias, ideologias e organiza a convivência nas estruturas sociais

•        A linguagem constroi hieraquias e identidades sociais

FUNÇÕES SOCIAIS DA LINGUAGEM

•        Ideacional ou de representação;

•        Interpessoal ou de troca;

•        Textual ou de mensagem

FUNÇÕES SOCIAIS DA LINGUAGEM

•        Ideacional ou de representação; 

Quando o discurso carrega uma representação: crenças, ideologias valores, preconceitos, moral, discriminações.

Ex: Nossa, tia, como você está conservada! Tomou formol?

Como petista, até que você sabe escrever !

FUNÇÕES SOCIAIS DA LINGUAGEM

•        Função Interpessoal ou de troca:

Quando o discurso contribui para a construção das identidades ( individuais e coletivas) e das relações sociais.

Marcas linguísticas: “sim, senhor”; “pois não, sr.” – denotam subordinação hierárquica.

Possibilidades metafóricas: para atenuar os protocolos – “é possível fechar a porta?” “pois não, meu amor, é pra já!

FUNÇÕES SOCIAIS DA LINGUAGEM

•        Função textual ou de mensagem:

- Organiza e estrutura as informações no texto.

Todo discurso é uma mensagem e tem significado a partir da forma como é organizado.

Relaciona-se com a coesão e a coerência na composição textual – capacita o entendimento de um conjunto de frases soltas.

Função textual ou de mensagem

•        Exemplo 1:Um sujeito resolve contar uma piada num velório.

•        Pergunte-se: a situação lutuosa permite que o decoro seja quebrado e risos apareçam em torno do defunto?

•        Exemplo 2:Numa prova de redação, o candidato saiu-se com a seguinte pérola: “A palidez do sol tropical refletia nas águas do rio Amazonas”.

•        Pergunte-se: o sol tropical é “pálido”? Quando ficará “corado”?  Exemplo

•        3: “O MEU CLUBE ESTAVA À BEIRA DO PRECIPÍCIO, MAS TOMOU A DECISÃO CORRETA: DEU UM PASSO À FRENTE” (João Pinto, jogador do Benfica de Portugal)

•        Pergunte-se: Ele caiu no precipício? Conclusão: é fundamental a manutenção de sentido entre os elementos textuais.

Linguagem Verbal e Não Verbal

Comunicação é o processo de troca de informações entre um emissor e um receptor. Um dos aspectos que podem interferir nesse processo é o código a ser utilizado, que deve ser entendível para ambos.
Quando falamos com alguém, lemos um livro ou revista, estamos utilizando a palavra como código. Esse tipo de linguagem é conhecido como linguagem verbal, sendo a palavra escrita ou falada, a forma pela qual nos comunicamos. Certamente, essa é a linguagem mais comum no nosso dia-a-dia. Quando alguém escreve um texto, por exemplo, está usando a linguagem verbal, ou seja, está transmitindo informações através das palavras.
A outra forma de comunicação, que não é feita nem por sinais verbais nem pela escrita, é a linguagem não verbal. Nesse caso, o código a ser utilizado é a simbologia. A linguagem não verbal também é constituída por gestos, tom de voz, postura corporal, etc. Se uma pessoa está dirigindo e vê que o sinal está vermelho, o que ela faz? Pára. Isso é uma linguagem não verbal, pois ninguém falou ou estava escrito em algo que ela deveria parar, mas como ela conhece a simbologia utilizada, apenas o sinal da luz vermelha já é suficiente para ela compreender a mensagem.
Ao contrário do que alguns pensam, a linguagem não verbal é muito utilizada e importante na vida das pessoas. Quando uma mãe diz de forma áspera, gritando e com uma expressão agressiva, que ama o filho, será que ele interpretará assim? Provavelmente não. Esse é apenas um exemplo entre muitos, para ilustrar a importância da utilização da linguagem não verbal.
Outra diferença entre os tipos de linguagens é que, enquanto a linguagem verbal é plenamente voluntária, a não verbal pode ser uma reação involuntária, provindo do inconsciente de quem se comunica.

Fonte: mundoeducacao.uol.com.br

Processo de aquisição da leitura e escrita - por Emília Ferreiro

Níveis de aquisição da escrita


 
Emília Ferreiro, sem dúvida alguma, nos prestou grande contribuição para que pudéssemos compreender como se dá o processo de leitura e escrita para o aprendente. Salvo todas as críticas ao seu trabalho, considero pertinente observar que não percebo essas fases como padrão rígido que se apliquem a todos os indivíduos. No entanto, elas são boas norteadoras do processo que se deseja pôr em prática - por onde vamos começar? - além de servirem como embasamento  de um bom diagnóstico sobre o desenvolvimento do (a) aprendente da leitura e da escrita no momento em que propomos um trabalho com ele (a), também serve para repensar esse trabalho como forma de intervir positivamente para a ampliação do seu aprendizado.

Em seus artigos e livros (Reflexões sobre a Alfabetização (*) e outros) a autora argentina deixa claro que considera a alfabetização um processo que tem início bem cedo e não termina nunca:
"Nós não somos igualmente alfabetizados para qualquer situação de uso da língua escrita. Temos mais facilidade para ler determinados textos e evitamos outros. O conceito também muda de acordo com as épocas, as culturas e a chegada da tecnologia" .
Segundo ela, aquele que aprende geralmente percorre o seguinte caminho até chegar ao nível de aprendizado desejavél para ser considerado leitor e escritor.
§  fase pré-silábica
§  fase silábica
§  fase silábica-alfabética
§  fase alfabética
§  fase alfabética-ortográfica
As características para cada fase acima descrita pode ser resumida da seguinte forma:
1- Fase pré – silábica
- Sabe que a escrita é uma forma de representação;
- Pode usar letras ou pseudoletras, garatujas, números;
- Não compreende que a escrita é a representação da fala;
- Organiza as letras em quantidade ( mínimo e máximo de letras para ler);
- Vai direto para o significado, sem passar para sonora;
- Variação de letras – BLSIK (elefante);
- Relaciona o tamanho da palavra com o tamanho do objeto (Realismo Nominal).

2- Fase silábica
Esta fase desdobra-se em duas:
A) Silábica Sem valor sonoro:
- Ainda não faz relação do som com a grafia da letra que utiliza;
- A escrita ainda não é percebida como representação da fala;
- Usa uma letra para representar cada sílaba, sem se preocupar com o valor sonoro.
Exemplos:
MACACO __ BPS
CAVALO___BUP
B) Silábica Com valor sonoro:
- A escrita começa a representar a fala;
- Percebe a relação de som com a grafia;
- Escreve uma letra para cada sílaba.
Exs.:
PATO___ AO ( valor sonoro só nas vogais )
PATO___ PT ( só usa consoantes )
 
3- Fase silábica-alfabética
- Apresenta escrita algumas vezes com sílabas completas e outras incompletas;
- Alterna escrita  silábica com alfabética.
Exs.:
CAMELO_____CAMU
TOMATE_____TOMT
4-  Fase alfabética
- Faz a correspondência entre fonemas (som) e grafemas (letras);
- Ainda não domina as normas ortográficas da língua;
- Escreve como fala.
Exs.:
CAMELO _______KAMELU
TOMATE_______ TUMATI 

5- Fase Alfabética-ortográfica

- Faz a correspondência entre letras e grafemas da língua;
- Amplia o conhecimento sobre as normas ortográficas;
- Faz a correção do seu próprio texto.

Exs.:
JARDIN _____ JARDIM
CORREO _____ CORREIO
CABESA _____ CABEÇA
ISO ________ ISSO

 
"... A minha contribuição foi encontrar uma explicação segundo a qual, por trás da mão que pega o lápis, dos olhos que olham, dos ouvidos que escutam, há uma criança que pensa"
(Emília Ferreiro)

INSERÇÃO DA CRIANÇA NA CRECHE